O bebê começou a comer, e agora?

Paula Laffront

Amamentação

Bebê e papinha

 

Seu bebê completou seis meses e tudo vai mudar a partir de agora, ele, que até então  só se alimentava de leite materno, agora deve ser apresentado a um mundo de opções e alimentos para continuar crescendo forte e feliz, mas com informação, nada disso deve ser um “bicho de sete cabeças”. Para isso convidamos a nutricionista, e também minha irmã, Daniela Bagatini, especialista em nutrição materno infantil, para esclarecer melhor todas as questões que envolvem a alimentação dos pequenos.

Leite materno

Já não é surpresa para ninguém a grande importância do leite materno. O alimento que é o mais completo para o bebê, pode ser também seu único alimento até completar seis meses de idade. Nada de chás, sucos ou água nessa fase, “O Ministério da Saúde preconiza iniciar os alimentos sólidos somente a partir dos seis meses de idade, sendo assim o leite materno deve ser o alimento exclusivo sem a necessidade de oferecer qualquer outro tipo de líquidos e sólidos”, explica Dani.

leite materno

Mas ela alerta que há exceções, já que existem casos em que é necessário a introdução de fórmulas e isso pode gerar prisão de ventre. Nesse caso a introdução de algumas frutas, pode ser considerada, mas somente após os quatro meses.”Cada caso deve ser avaliado individualmente, pois bebês que não se alimentam de leite materno exclusivo podem ter o intestino preso por causa das fórmulas artificiais e por isso necessitam da introdução de alguns alimentos como frutas com poderes laxativos. Porém até os quatro meses de idade a criança ainda não atingiu o desenvolvimento fisiológico necessário para que possa receber alimentos sólidos. Entre o quarto e o sexto mês de vida, a aceitação e tolerância da alimentação pastosa melhoram sensivelmente.”

Para começar

Papinha de pêra

A Daniela explica que no início a forma de “papinha” é a mais indicada, e é preciso dar preferência a frutas menos ácidas. “Aos poucos é possível ampliar o leque e oferecer diferentes tipos de frutas, mas é recomendado dá-las separadas para que a mãe consiga perceber algum tipo de intolerância ou até mesmo alergias.”, alerta.

Mas de cara nenhuma fruta é contra-indicada. Além disso, os sucos de frutas também podem ser oferecidos. “Nunca substituindo alguma refeição e sim complementando”, indica a nutri.

Essa fase de adaptação dura 15 dias com uma papa de fruta por dia e depois passa a 2 papas de frutas por dia. 

Ampliando a variedade

Após um mês da introdução de frutinhas é possível ampliar o leque e introduzir as “papinhas” salgadas à rotina de alimentação. “A partir do primeiro mês já pode ser oferecido refeições preparadas com carnes vermelhas e frango magras, sem pele e sem gordura. Nas papinhas pode ser incluído batata, cenoura, aipim, mandioquinha, batata doce, arroz e macarrão”, ensina ela.

E ainda indica que depois de 15 dias, se tudo correr normalmente, já é possível colocar folhas e vegetais.

Preparação

Esse já é o assunto que mais preocupa, mas a Daniela explica a melhor forma de preparar as refeições dos pequenos, começando pela higienizarão adequada: “Primeiro é importante lavar corretamente os alimentos. Os vegetais e legumes devem ser passados em água corrente e depois devem ser colocados em molho em uma preparação de água sanitária própria para alimentos e água filtrada (1 colher de sopa para cada litro de água) por 15 minutos. Depois eles devem ser passados em água corrente novamente  para retirar o excesso de água sanitária e outros resíduos.”

Depois de bem limpos, os alimentos devem ser cozidos em pouca água sem uso de gorduras e sal. “Os temperos naturais são livres para serem ultilizados, como alho e cebola, por exemplo.”.

As papinhas devem ter a consistência de purê. “Os alimentos podem ser sempre amassados pelo garfo, nunca liquidificados ou peneirados”, alerta ela. “O uso de liquidificar ou processadores é contra-indicado já que as vitaminas presentes nos alimentos são perdidas durante o processo. A vitamina C, por exemplo, é altamente oxidável”.

Produtos que ajudam

O mercado de bebês está cheio de novidades para mamães e bebês passarem por essa fase da forma mais tranquila. Desde colherinhas que mudam de cor de acordo com a temperatura do alimento, até pratinhos com ventosa, para impedir que o bebê mova o prato e faça aquela sujeira.

alimentador

Mas o nosso preferido é esse aqui do lado, o mordedor da Munchkin, nele é possível colocar o alimento, dentro de uma redinha e o bebê começa a se familiarizar com o sabor. “Acho muito interessante essas novidades que ainda não são muito conhecidas aqui no Brasil, esse mordedor por exemplo, ajuda na dentição, na fase oral e introduz novos sabores ao paladar” afirma Dani.”Mas ele não substitui refeições e nem a forma de como devem ser introduzidos os alimentos.”, alerta.

 

 

Leite + alimentação

E não é porque a novidade das papinhas foi introduzida na rotina do bebê que o leite vai ser deixado de lado. “O leite deve ser oferecido até os 2 anos de idade. Sendo que no início da introdução dos alimentos devem ser dado no mínimo 3 mamadeiras de 150ml ou 3 mamadas satisfatórias para aqueles adeptos do leite materno”.

Dani ainda alerta para a importância do intervalo das mamadas. “’É necessário respeitar os horários pois existem nutrientes que sofrem interações impedindo assim a absorção de outros, por exemplo, o Cálcio e o Ferro”.

Horários

E por falar nisso, é bem importante também manter um rotina de alimentação com horários e quantidade de alimentos oferecidos diariamente. “Devem ser respeitados os horários de sono do bebê também. Após a introdução plena é importante que sejam oferecido no mínimo 2 papas de frutas, 2 papas salgadas, um suco de frutas e água a livre demanda.”, explica Dani.

Um exemplo:

8h leite

10h papa de fruta

12h30 papa salgada + suco (pós-refeição)

14h30 leite

16h30 papa de fruta

18h30 papa salgada + suco (pós-refeição)

20h30 leite

É claro que esse é só um exemplo e a rotina deve ser ajustada de acordo com cada bebê.

Gostos e preferências

Alguns bebê podem apresentar um pouco de resistência na hora da alimentação, isso é completamente normal, assim como os adultos, os pequenos também têm suas preferências, mas há algumas formas de descobrir e driblar essa “resistência”. “Tentar alimentos mais doces pode ajudar, até mesmo nas refeições salgadas, por exemplo, banana, mamão, o purê da moranga ou purê da batata.” ensina Dani.

Outro truque é oferecer diversas vezes o mesmo alimento, no mínimo dez vezes, seja, na forma de suco, o próprio alimento, alimentos misturados ou separado com outros. “É importante não oferecer o leite, materno ou de fórmula logo em seguida à refeição, porque isso faz com que a criança deixe de comer pois sabe que vai receber a recompensa”, dá a dica.

 

Daniela Laffront

 

Daniela Bagatini é nutricionista, formada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul/ PUC-RS. Tem curso de personal diet pela NTR, Pós-graduação em Nutrição Materno Infantil, Confeiteiria pelo Senac-RS, Confeitaria Internacional pela escola de gastronomia Maussi Sebess-Argentina . Proprietária do Restaurante Equilibrée em Porto Alegre e tem uma linha de comidas congeladas e personalizadas, incluindo linha baby. É também nutricionista clínica.

www.restauranteequilibree.com.br

 

 

 

 

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